sábado, 2 de abril de 2011

Carnaval 2011: A realidade

Por mais que o axé perca a qualidade que não tem, continua dominando o carnaval… Por que será, hein?

Vocês sabem por que, depois de tanto tempo lutando, só agora conseguiu algum espaço, um certo “respeito” (assim, entre aspas) no carnaval de Salvador? Porque não há concorrência.

Os mafiosos que estão por trás dessa festa insistem em oprimir o pagode, fingir que ele não existe, que ele não se espalha por toda Salvador, na boca do povo e no som dos carros. Você sabe por quê?

E você sabe por que, por mais sofrido que seja, uma banda de 2007 foi premiada como “banda revelação”? E além disso, ganhou o prêmio de música do carnaval?

Não, não é o pagode evoluindo. É o grande e poderoso (e deprimente) axé caindo.

Não tem mais como fazer axé. Esgotaram-se combinações diferentes de palavras (também chamadas, por engano, de “músicas”) para a mesma mensagem: “Salvador, festa, folia, alegria, sol, verão, água…”. Por falar em água, não é muito bacana (e criativa) essa nova música de Cláudia Leitte? Água / Tô pedindo água / Pode jogar água / Essa é a mistura do amor. Olha que coisa linda. Água: A mistura do amor.

Aí vem Ivete com Acelera aê o coração / Hoje é dia de Ivete / Acelera aê o coração / Aaaaaaaaah aaaaaaah. Netinho resolve aparecer com Ciiiiidaaade Eeeelétrica, Cidade Elétrica / Nova, antiga, ginga, toca, liga, liga, liga. Bell é uma história engraçada. De uma forma comparável à aparição do Sub-Zero sem máscara no Mortal Kombat Trilogy, Bell resolve aparecer sem barba. Eu não reconheci de primeira.

Mas isso não vem ao caso. O que quero dizer é que as músicas do Chiclete com Banana nunca se tornam enjoativas. Ponto pra ele. Chorarei amor, quando preciso for…

E graças a toda essa perda, qual é a única forma de manter ele popular? Sim… exatamente isso. Imagino até a máfia carnavalesca numa reunião: “Passem às pessoas a pior imagem possível dos blocos de pagode. Mostre violência, tudo, mas por favor, quando Edcity começar a cantar Papu Colombiano, mudem imediatamente para a Barra, para os telespectadores ficarem alegres vendo Cláudia Leitte conversando com a Hebe Camargo”. É… imagine minha angústia, olhando pro relógio, esperando o Eddye, e assim que ele aparece, os filhos da mãe fazem isso.

Além disso, é notável a falta da banda que revolucionou não só o pagode, como toda a música baiana: o Fantasmão. É realmente estranho que o Traz a Massa não os tenha contratado. Com todo respeito às bandas A Bronkka e Flavinho & Os Barões, acho que o Fantasmão deveria ter tomado o lugar de uma delas neste carnaval.

Para a banda No Styllo poderia até ter rolado uma oportunidade, com a condição de não cantar algumas de suas polêmicas músicas. Galera da No Styllo, se eu tenho uma mensagem pra passar pra vocês, é essa: Se querem evoluir, chegar onde realmente merecem, excluam definitivamente de seu repertório músicas como Popó e Bota no olho.

Para finalizar o post, um ditado que servirá como mensagem a todos vocês da Band, da TV Aratu e da TV Bahia, que insistem em nos reprimir: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Nosso pagodão será como o Hulk. Você não o matará, muito pelo contrário, o deixará cada vez mais forte.